domingo, 12 de agosto 2007
Sons Dominicais XXIV
A moça é, sem dúvida, uma tempestade. Aos tenros 23 aninhos, a jovem Amy Winehouse é notícia em todo lugar, nem sempre pelos motivos mais nobres. Aqui em casa, ela conseguiu deslumbrar a todos, coisa rara, com a bela música que faz.
O disco, sugestivamente entitulado Back to Black, é de um típo que está em voga na Inglaterra no momento, ao reunir a modernide sonora - com bateria e loops em primeiro plano, junto com a voz - e um gosto nostálgico pela música do final dos anos '50 e o início dos '60. Amy consegue, no entanto, a proeza de soar totalmente contemporânea, mesmo com sua big band, na base de metais, sutíl e discreta, lembrando o som clássico de Motown e artistas como Dinah Washington, que é, evidentemente, a matriz inspiradora dessa cantora/compositora.
E que compositora. E que cantora! Amy desliza pelas notas com uma languidez que lembra a Billy Holliday na sua melhor fase. O efeito é eletrizante em contraste proposital com a precisão da banda, especialmente na faixa de abertura Rehab, onde ela canta, com humor e ironia, as frequentes internações, por abusos de alcool e outras substâncias, pelas quais já passou, (e continua passando, segundo o noticiário). A mulherada jovem de hoje pega pesada...
Nada disso tira o talento da moça, pelo menos por enquanto. Ouvir ela cantando Love Is a Losing Game, emociona qualquer um, eu garanto.
Ritchie recomenda!