Zoombido

A gravação do programa Zoombido com seu anfitrião, Paulinho Moska, foi sensacional. A começar pelo formato. Ele me confidenciou que, quando ele foi chamado inicialmente pelo Canal Brasil, não quis ser apenas mais um apresentador de um programa sobre música mas que preferia apresentar ao canal sua idéia de como queria fazer.

Toparam a parada e ele resolveu criar um ambiênte onírico, abusando dos efeitos óticos através de um jogo de espelhos curvos e cristais que refratam e refletem as imagens. Nada é exatamente o que parece ser. Tudo é refletido na superfície de alguma coisa o que serve também para ocultar as oito câmeras que passeiam simultaneamente pelo cenário. É mais para Cinema, (com C maiúsculo mesmo), do que para TV. Achei uma experiência fantástica, diferente e estimulante.

Para deixar tudo em casa mesmo, o produtor musical é ninguém mais, ninguém menos que meu velho amigo de guerra, Nilo Romero, que iniciou sua carreira na música tocando contrabaixo comigo em 1983, (no Morro da Urca, se não me engano). Fizemos mais de cem shows juntos até 1985. Adoro o Nilo, uma pessoa do bem e um músico e produtor de sensível talento.

Entrei em alfa, (o que é o melhor estado para se fazer música na minha humilde opinião).

A equipe de filmagem, importada direta e inteiramente do Uruguai, é um grupo de artistas à parte. Três dos oito câmeras são mulheres, um bom sinal dos tempos. (A equipe toda se declarou fã do Ritchie - olha que maravilha - e até aplaudia no final de cada música tocada. Nunca vi isso antes numa gravação de TV. Ajuda muito a quebrar o gelo ter uma "platéia" apreciativa).

O diretor, Pablo Casacuberta, gentilmente me presenteou com dois livros dele, um de fotografia, (em preto e branco), Appariciones / Apparitions e outro, coloridíssimo, de desenhos feitos com mouse no computador, entitulado Persona. Ambos são obras esplêndidas e repletas da mesma criatividade que presenciei no estúdio.

Paulinho Moska conduz a cena muito bem, deixa o artista bem à vontade e fica bem claro que o assunto é o processo de criação de cada um. Por isso as perguntas não variam demais de entrevista em entrevista. O que faz a diferênça são as respostas infinitamente variadas de cada artista entrevistado.

Cantei uma música ainda inédita em disco, minha parceria com Leoni, Homem ao Mar, Lágrimas Demais e ainda uma versão cool de Menino Veneno em dueto com o Moska no final.

As datas de exibição pela TV ainda estão incertas, mas quando eu souber, avisarei aqui.

Fiquem ligados no Radar.

irradiado por Ritchie [20 de mar 2008, às 16:52]

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